sexta-feira, 27 de agosto de 2010

SPA CHANTAO: REENCONTRO CONSIGO MESMO E COM A NATUREZA

Spa Chantao, na Serra do Japy: vivências terapêuticas como biodanza e xamanismo, caminhadas por trilhas perfumadas, meditação no templo budista, ofurô e massagens revigorantes. Tudo isso em um único dia, num espaço onde a natureza é espetacular e, o melhor, há apenas uma horinha de São Paulo.

Encravado na Serra do Japy, em Jundiaí, o Spa Chantao é um lugar dos mais bonitos que já conheci nas redondezas de São Paulo, e custa-me acreditar que esse oásis de repouso e beleza fica tão pertinho da capital, a apenas uma hora  de carro. Pouco divulgado, o espaço foi concebido pelo medico chinês Dr. Jo Eeljia, para funcionar com um SPA holístico, de tratamento do corpo, da mente, das emoções e do espírito. 

Entretanto, talvez por sua dimensão monumental, revelou-se inviável para funcionar com uma estrutura própria. Por isso, ele só abre para grupos fechados de felizardos que locam suas instalações para eventos ou para finais de semana especiais, só para relaxar e curtir um lugar paradisíaco. Delícias que a Terrazul, agencia de viagens especializada em programas para singles, organiza com frequência para seus clientes Vip´s, pois sua diretora Iolanda de Oliveira,  transformou o local em uma extensão de sua própria casa, nos arredores de São Paulo. Como uma carinhosa anfitriã, ela fica a vontade, recepcionando os convidados, que às vezes, preferem ir em seus próprios carros, no sábado de manhã, e lá passam o dia, entre uma vivência de biodanza e outra de xamanismo, como aconteceram neste sábado e domingo últimos. 
 Assim, sem muito alarido, são freqüentes as viagens relâmpago que ela organiza para os  habituês da Terrazul, prá fugir do estresse de São Paulo e aproveitar os prazeres proporcionados pelo Spa Chantao, que começam com a vista belíssima da Serra do Japy, e podem terminar num delicioso e fumegante banho de ofurô a 40oC, no final do dia. Mas antes, você ficará em dúvida entre caminhar por trilhas de bambu, nadar numa piscina com água azul turquesa, direto da fonte, ou simplesmente, sentar-se em uma espreguiçadeira e relaxar ao sol de quase setembro, respirando o ar puríssimo e perfumado, num misto exótico de eucaliptos e flamboyants.
O "fotógrafo" Kito e a  inseparável Sofia
Eu, a Sofia e o Kito chegamos lá no sábado de manhã, e após nos instalarmos num quarto aconchegante e superespaçoso, fomos caminhar e fotografar, nosso hobby preferido. Andávamos e parávamos, admirados com a beleza do lugar: descemos uma alameda calçada de tijolinhos, passamos por baixo de cipós, nos jogamos na grama para contemplar o lago, visitamos o templo dedicado a Buda, fotografamos a alameda de bambus verde-e-amarelos, e finalizamos o passeio nos divertindo com o esquilo paralisado no pé de coqueiro, em frente ao nosso quarto, morrendo de medo da Sofia. Sim, eu levei a minha querida cadelinha comigo, afinal, eu não teria coragem de deixá-la trancada no apartamento o dia inteirinho, sozinha, enquanto eu teria a beleza e o espaço infinitos do Spa Chantao, só para mim. É claro que ela  se divertiu muito, correndo prá lá e prá cá,  recebendo o carinho de todos os hóspedes, pois, afinal, vira-lata que se preze não abre mão de um afago, jamais, não é mesmo?
Perigo à vista: esquilo paralisado olha para a Sofia

Após o almoço, que não teve nada de light ou vegetariano, pois ninguém estava ali preocupado em perder quilinhos num único final de semana, fizemos uma aula de biodanza, orientada pela psicóloga Soraya Gazal. Uma experiência incrível, pois consegui me sentir como uma folha, sendo levada pelo vento, tamanha a sensação de leveza e bem estar que os movimentos inspirados pela música, me proporcionaram. Uma sensação maravilhosa!  Soraya é uma referencia nesse gênero de terapia que trabalha o corpo e as emoções, equilibrando-as por meio da música e dos movimentos, inspirados por ela. Foram duas horas de exercícios físicos, porém extremamente relaxantes. Algumas pessoas ainda tiveram pique para mais uma hora de caminhada, enquanto aproveitavam para ver o pôr do sol e se harmonizar mais um pouco, com a natureza.

 Um do caminhos que levam à àrea de lazer, com piscina, ofurô e bangalôs de massagens.
O templo budista é um dos refúgios erguidos no meio da natureza: meditar também é preciso...

Eu e o Kito decidimos pelo ofurô e massagens. Mergulhados a mais de 40oC,  ficamos batendo papo, com um grupo de pessoas, e só percebemos o tempo passar quando a minha pressão começou a baixar, por causa da temperatura elevada da água. Mas nada que me impedisse de rumar para um bangalô instalado ao lado das saunas e vestiários, coberto de sapé, bem ao estilo daqueles famosos spas de Bali, na Indonésia, onde era esperada pelo massoterapeuta Cleber. Discípulo do Dr.Jo Eeljia,  ele é um expert em shiatsu, do-in, massagens  antiestresse e dizem que faz milagres com as mãos. Mãos que cuidam, relaxam e, sobretudo, curam.

Mas a aventura holística ainda não tinha terminado. Após o lauto jantar, com direito a filé de peixe ao molho de alcaparras e legumes, quiches variados, e caldo verde, mais um evento inusitado: uma vivência de xamanismo. Como nunca havíamos participado de algo parecido, eu e o Kito estávamos entre curiosos e apreensivos, pois não tínhamos a menor idéia do que estaria por vir. Mas eis que fomos convidados a descer para um espaço de palestras, próximo da área de massagens, quando fomos surpreendidos por uma crepitante fogueira. Coordenada pelo Xamã Ilson Barros, com o apoio da terapeuta Soraya Gazal, a vivência começou com todos sentados em um círculo, quando ele falou um pouco sobre o significado do xamanismo. "Um retorno do homem ao estágio sagrado da natureza, pois o xamanismo era praticado pelos povos mais antigos que habitaram este planeta. Para eles, as divindades eram o sol, as estrelas, a lua, e a natureza, em todos os seus momentos e transformações", explicou.

Então, ele nos convidou a sair da sala, em silêncio, e ao som de músicas interpretadas por instrumentos de sopro, chocalhos e tambores, sugeriu um círculo em volta da fogueira, um relaxamento profundo, e a seguir, os primeiros movimentos inspirados pelos quatro elementos -- ar, fogo, água e terra -- começaram a brotar dos nossos corpos. A noite fria estava iluminada por uma incrível lua cheia, o céu era riscado de estrelas, e até o vento resolveu recolher-se ao silêncio de suas folhas. Só o barulho das chamas, que pareciam dançar ao ritmo da música, preenchia a noite mágica. Derrepente, as pessoas foram-se soltando, se afastando da fogueira, e entregues a seus próprios sons interiores, começaram a dançar, numa evocação poética do que era o mundo dos nossos ancestrais, que se deixavam levar pelos sons mágicos da natureza, em danças milenares em volta do fogo, pois celebravam a vida e também a morte, as colheitas fartas e também a fome. Durante duas horas, vivemos a experiência daqueles que amavam e se entregavam a Terra como a verdadeira Deusa Mãe.

Era passado de meia-noite, quando eu, o Kito e a Sofia,  voltamos para São Paulo: reenergizados e em paz. Descobrimos que a felicidade existe e mora aqui bem pertinho, num lugar chamado Spa Chantao.

Serviço:
Biodanza e Xamanismo - Ilson Barros Ramos e Soraya Gazal. Rua Bela Flor, 246 - Tel. 96829324
Terrazul - Tels. 11.30818958 - 11. 30623953 http://www.terrazul.tur.br/


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