Este blog nasceu do meu desejo de jogar a vida sedentária para o alto e sair caminhando por aí...sem destino certo. Daí, pensei melhor, e achei bom juntar o útil ao agrádável:caminhar,emagrecer, respirar fundo, ficar de bem com a vida, e de quebra, conhecer lugares cheios de charme, lazer e aventura por aí. Quer bater pernas comigo???
domingo, 7 de setembro de 2008
Férias prá que te quero...
Aos vinte e poucos anos, eu sempre achei que campings ou albergues da juventude jamais seriam opçõe de hospedagens na minha vida, quando e se algum dia, tirasse férias. Viajei o Brasil inteiro, na década de 90, fazendo o Guia 4 Rodas da Editora Abril, e cheguei a editar justamente o famoso BB – Bom e Barato – que previa um gasto médio de apenas 40 dolares por casal, incluindo pousada, almoço e jantar, o que era digamos, è época, uma missão quase impossível. Munida de prancheta e caneta, porquê, apesar de ter-se passado apenas uma década, não tínhamos nenhuma dessas mordomias que a tecnologia hj nos proporciona, como laptops, wirelless, celulares, etc..etc.., fiz diversos roteiros do sul do litoral de São Paulo, do Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia, interior de São Paulo, nordeste inteiro, e, sim, claro, repórter das mais pentelhas que podia haver, visitava não só as acomodações, mas checava cozinhas, banheiros, localizações, a cortesia do atendimento, enfim, levantava tudo, nos mínimos detalhes,para que o turista e meu futuro leitor, não entrasse em nenhuma roubada.Detalhe importantísimo: como tinha acabado de deixar a Gerencia de Comunicação do Crowne Plaza de São Paulo, essa era a minha referência:nada menos que padrão cinco estrelas. Por 40 doláres!!!Hilário, para dizer o mínimo!!!!
A cada lugar paradisíaco que descobria, como Arraial do Cabo, Cabo Frio, Saquarema, São Pedro da Aldeia, no Rio de Janeiro, ou Ilha do Cardoso, em São Paulo, jurava voltar algum dia, aí, sim, a passeio, só para curtir as paisagens lindíssimas, o que nunca acabou acontecendo, porquê vida de repórter é muito dura, inclusive, na mais verdadeira expressão semântica da palavra, porquê nunca sobrava dinheiro para férias, nem o mínimo dos mínimos, que seriam os tais 40 dolares por dia. Sei que fiz um ótimo trabalho, para tanta gente desconhecida, que deve ter curtido muito, viajar tanto, se divertir e conhecer lugares fantásticos, gastando quase nada. Padrão cinco estrelas, não se esqueçam!!!( e não estou brincando!!!Cobrava lençóis de algodão, toalhas felpudas e brancas, cozinha inernacional,construções novas ou bem-conservadas, quartos epaçosos, cozinhas que fizem mais que o famoso pf -- prato feito de arroz, feijão e bife. (tinha convivido com grandes chef´s internacionais no Crowne, daí, atacava de gourmet, também, na hora de checar os cardápios.
E não podíamos nos identificar como repórteres do guia. Só no check-inn . Alguns donos ou empregados, se tivessem nos tratado mal, quase sofriam um enfarte, na nossa frente. E eu lá, parecendo mais uma sargentona da Gestapo que e uma réles repórter de turismo, de tão exigente. Graças a Deus que juventude tem cura!!!E quanto chegava a minha vez de tirar férias, as únicas opções que sobravam eram campings ou albergues, mas esses eu dispensava, porquê nunca encontrei nada que valesse a pena o sacrifício de trocar o meu banho diário com água quente e a minha cama confortável, meu colchão ortopédico, e uma in-se-pa-rá-vel luminária no criado mudo, para as minhas leituras noturnas, hábito que devo ter adquirido desde criança, quando aprendi a ler, mesmo que fosse à luz da lamparina, movida a querosene. (não, eu não tenho cem anos, mas no interior de São Paulo, na região rural, onde morei até os dez anos, luz elétrica só existia nas cidades, pelo menos até umas duas décadas atrás).
Pois não é que agora, depois dos 40, estou passando férias num albergue, em Camburi, no litoral norte de São Paulo, uma das regiões mais lindas do Brasil, e quiçá, do mundo????Gente, nem eu estou acreditando. Primeiro, a palavra albergue, que sempre teve um significado pejorativo, porquê se destinava ao abrigo de indigentes, no Brasil, no exterior ela tem conotação completamente diferente. São os chamados hostels. E eu descobri, agora, e felizmente, não mais como repórter-escrava da Editora Abril, mas por minha conta e risco – que finalmente esse conceito chegou ao Brasil.Quer dizer, fnalmente, prá mim, mas parece que os hostels já aportaram por aqui há mais de dez ou quinze anos anos. O Hostel Internnational de Campuri pertence a uma franquia internacional e pelas conversas com outros hóspedes, que já são clientes da casa, há anos, já está disseminado no País inteiro: Paraty, Ubatuba, Natal, Peruíbe, Maresias, só para citar alguns dos lugares que foram mencionados por aqui. Se forem tão sensacionais como esses, não é preciso ser um “repórter duro” para freqüentá-los.Aliás, outra coisa que me surpreendeu, foi o perfil dos hóspedes.
Não são só estudantes, em busca de lugares baratos, para curtir as férias, mas tem gente de todos os perfis. Profissionais liberais, executivos, estudantes, jornalistas, como eu (a única “chata” que trouxe computador e uma mala cheia de trabalho para fazer, ou seja, só fiquei mais velha, mas a fixação pelo trabalho, não mudou!!!) e o mais interessante é que eles já são clientes antigos do lugar, porquê sempre fazem questão de voltar nas próximas férias.Também, pudera, por 26 reais por dia, com café da manhã, que inclui até pão caseiro saindo direto do forno para a mesa, e mais acomodações, num espaço fantástico, que inclui quartos coletivos e suítes para casal, mesmo o banheiro – tb coletivo – (separados para homens e mulheres, claro!!!), tem chuveiros deliciosos, aquecidos com energia solar e água puríssima, direto das cachoeiras, além de piscina, sala de videoteca, biblioteca, (com excelentes títulos!!!), e até – pasmem!!! um espaço cultural, no meio da Mata Atântica, dotado de um piano, órgão eletrônico, violões e outros instrumentos de percussão, tocados pelos membros da própria família que dirige o hostel.
À noite, dependendo dos talentos dos hóspedes que vão aparecendo, os encontros podem se transformar em sessões jazzísticas, bluezeiras, pois o palco é livre e todos podem expressar seus dotes musicais, tocando ou cantando. Sexta-feira, dia do meu aniversário, parece que vai rolar até uma dança do ventre...além do bolo prestígio que já encomendei para a Graça, uma das cozinheiras supersimpáticas da casa, e que é responsável pelos dois ou três pãezinhos irresistíveis que estou comendo no café da manhã, já contrariando toda e qualquer decisão de ser rígida no regime em 2008.Mas agora que conquistei minha carta de alforria da Editora Abril, e de tantos outros lugares, onde trabalhei muito, sem comunhão de bens, porquê vou continuar insistindo em levar as coisas tão a ferro e fogo, como sempre fiz, achando que só assim viria o reconhecimento pelo meu trabalho, e, certamente, isso me faria ganhar dinheiro e de quebra, poder construir uma mansão de frente para o mar aqui no litoral norte, bem na praia da baleia, uma das mais lindas e “particulares” que existem por aqui??? Mas esse é assunto para o meu próximo post.
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